A jornada de um músico brasileiro por Istambul, Turquia

Esse é um relato de um jovem músico brasileiro, Gabriel Castilho Catanzaro, que resolveu se aventurar pelos mares Egeo e Adriático.

Gabriel passou 7 meses tocando em um navio.

Aqui estão suas impressões de Istambul, Turquia.




Meus 3 dias em Istambul foram bem interessantes!

Começou com o navio parado no porto, todos descendo pra conhecer a Grande cidade, cheia de fama, e eu dentro do navio sem poder descer (lembra aquele esquema das cores né?). Pois é, mas só chegada na cidade vista pela coberta do navio já vale belas fotos e aumenta ainda mais a expectativa. Dá pra ver algumas mesquitas, tais como a Mesquita Azul (a única com mais de 3 torres), a mesquita Santa Sofia e muitas outras, além de muitas árvores e prédios interessantes. A paisagem é linda.





Bom, passado esse primeiro dia "aprisionado" dentro do barco, as 8h da manhã do dia seguinte eu já estava de pé pra sair caminhando pela cidade. E foi exatamente isso que eu fiz...como andei! É interessante como a gente acaba desenvolvendo um senso de direção, porque ao sair do porto eu não tinha idéia de por onde começar....então arrisquei a esquerda e saí numa avenida principal. O porto fica bem ao lado de uma Mesquita, já vale umas fotos. Uns 5 minutos caminhando nessa avenida e pronto, já estava perdido. E não adianta pedir informação, porque são poucos os turcos que falam inglês, mas em contra-partida são bem atenciosos e fazem de tudo pra ajudar. Essa é uma característica interessante de Istambul! Os turcos em sua maioria são amáveis e gostam de turistas ($$), diferente de Veneza, Dubrovnik e outros lugares onde já passei.



Bom, antes de sair do navio meu objetivo era conhecer uma rua que tem muitas lojas de instrumentos musicais. Por recomendações de pessoas que já conheciam, fiquei super curioso pra conhecer...então lá fui eu! Então após pedir informação pra um gari, um taxista e um sorveteiro, usando a mímica e o inglês de sobrevivente, encontrei a direção certa. Era uma ladeira enorme e estreita, com carros e caminhões subindo e descendo, muitos lugares pra tomar chá e fumar naqueles narguiles, homens com bandejas cheias de chás e café turco indo pra lá e pra cá, ufa! Em 10 minutos subindo finalmente começam aparecer as primeiras lojas de instrumentos. Todas em sua maioria são pequenas, e não tem tanta variedade assim. Confesso que me frustrei um pouco. Comparando com a Teodoro Sampaio, estamos na frente.



O que me chamou mais atenção foram as lojas de instrumento típicos! Umas flautas interessantes, uns "alaúdes". Passando essa rua, saí numa outra avenida grande, onde não andam carros, somente motos e um bonde num trilho, bem no meio. Essa rua acaba numa praça chamada Tacxsim, que foi palco de uma manifestação bem na hora em que eu estava lá. Centenas de pessoas gritando e batendo palmas coordenadas, com bandeiras, super eufóricas, e muita polícia só assistindo. Eu imagino que deve ser algo sobre a palestina, mas não tenho certeza.



Bom, como não sabia se era muito seguro ficar por alí, continuei a minha caminhada, resolvi entrar numas ruas menores e saí num tipo de periferia. Uma parte residencial de Istambul...um lugar bem sujo! São ladeiras com pessoas na porta das casas conversando, muitas crianças brincando nas ruas. Me pareceu o centro de São Paulo. Não era difícil encontrar uma rua cheia de barraquinhas com peixes, frutas secas, relógios, óculos...tem comércio em todo lugar!



Uma parada pra um Kebab e resolvi ir conhecer o famoso Gran Bazar! Então peguei um taxi (7 liras turcas) que me deixou em frente a esse "mercadão" cheio de comércio ao redor (algo como a nossa 25 de março). É muito legal!! Tem pessoas e coisas do mundo inteiro. Tem comida, bebida, sapatos, roupas, artesanato, coisas de marcas famosas até as coisas mais tradicionais turcas, temperos...enfim, dá vontade de comprar muita coisa! Não tem como explicar! Só conhecendo pra saber o tamanho de alternativas que esse lugar proporciona!

Aqui sim, a maioria dos turcos falam inglês, alguns até português! E tudo é super negociável. Pra vocês terem uma idéia, uma calça a princípio custava 90, então fui negociando com o rapaz e cheguei a um preço final de 17 (o equivalente a 8,50euros), no fim das contas não comprei a calça, foi só uma experiência de negociação....enfim, quem não negocia, paga mais caro, com certeza!

Ao fim da tarde já estava exausto. Saí do Gran Bazar e fui caminhando por uma rua comercial, só com lojas de tecidos e roupas. Parei pra olhar uns ternos super bonitos e baratos e logo veio um vendedor conversar comigo, super simpático, me falou sobre um bom desconto e me deu um cartão. Fiquei realmente impressionado com a qualidade do terno e o valor, exatos 90 liras turcas (45euros) por um terno de algodão, super bem feito! Peguei um cartão! Voltei pro navio já anoitecendo e encontrei com uns amigos indo pra noite de Istambul. Subi rápido na minha cabine, tomei um banho e lá fomos nós pra balada.



No dia seguinte, lá estava eu de novo na loja de ternos pra levar o meu pra casa! Como tinha pouco tempo antes do navio sair, não deu pra fazer mais nada. Com a pressa, esqueci a minha carteira na loja. Demais né? Agora terei que voltar lá no mês que vem pra pegar! Também, com tanta coisa acontecendo ao mesmo tempo, tantas descobertas, tantos idiomas diferentes a cabeça fica confusa.
Istambul é assim, ou você fica sempre atento, ou não consegue aproveitar nem a metade do que essa cidade magnífica tem pra oferecer. Acho que aproveitei um pouco!



Relato de viagem de Gabriel Castilho Catanzaro

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